sábado, 24 de outubro de 2009

Firmeza



Firmeza no sofrimento

I Pedro 5.8-11

“Sede sóbrios e vigilantes. O diabo, vosso adversário, anda em derredor, como leão que ruge procurando alguém para devorar; resisti-lhe firmes na fé, certos de que sofrimentos iguais aos vossos estão se cumprindo na vossa irmandade espalhada pelo mundo. Ora, o Deus de toda graça, que em Cristo vos chamou à sua eterna glória, depois de terdes sofrido por um pouco, ele mesmo vos há de aperfeiçoar, firmar, fortificar e fundamentar. A ele seja o domínio, pelos séculos dos séculos. Amém.” (I Pedro 5.8-11)Pedro foi um dos discípulos mais próximos de Jesus, além de Tiago e João. Quando escreveu essa carta, Pedro estava na cidade de Roma, chamada de Babilônia (I Pe 5.13). Ele estava vivendo os últimos anos de sua vida; pouco depois de ter escrito essa carta, ele sofreu o martírio, sendo preso, torturado e crucificado por causa da sua fé em Jesus. Contam os historiadores que Pedro morreu durante o reinado do imperador Nero, tendo sido crucificado de cabeça para baixo por se julgar indigno de morrer do mesmo modo que Jesus. Assim, ao lermos essa carta, precisamos ter a consciência de duas realidades acerca do seu autor. Primeiro, ter em mente que o seu autor era alguém que havia conhecido a Jesus, andado com Ele e se dedicado inteiramente ao Reino de Deus. Segundo, saber que Pedro não a escreveu nos primeiros anos de sua vida; ele tinha uma vasta experiência pastoral e sabia como era a vida e quais as lutas do cristão.Segundo o que lemos em I Pe 1.1, Pedro escreveu essa carta aos cristãos que estavam vivendo na dispersão. Há algum debate em torno dos destinatários dessa carta: alguns afirmam que eles eram judeus que haviam sido expulsos de suas respectivas cidades por causa de perseguições; outros entendem que são os cristãos de um modo geral, tanto judeus como gentios, que têm a consciência de que são peregrinos e forasteiros nessa terra, e que rumam para a sua verdadeira pátria, a cidade celestial. Mas essa discussão em torno dos verdadeiros destinatários da carta não muda a mensagem que Pedro pretendia passar aos seus leitores. Sem dúvida, o sofrimento do cristão é uma das ênfases dessa carta de Pedro.Pedro estava preocupado com as pessoas que estavam quase abandonando a fé por causa do sofrimento. Essas pessoas estavam sendo tentadas a viver não como cristãos, mas como pagãos. Por isso Pedro escreve essa carta para encorajar os cristãos a darem genuíno testemunho de sua fé em meio ao sofrimento. Os versículos que lemos acima podem ser considerados um resumo da mensagem dessa carta.I – Pedro diz que o sofrimento pode ser usado pelo diabo contra o cristãoVeja bem: Pedro não está dizendo que o sofrimento é um mal em si mesmo, que só irá trazer prejuízo ao cristão e que o diabo e seus demônios só olham para o cristão quando este está sofrendo, mas que o diabo pode usar uma situação de sofrimento para devorar o cristão incauto. O cristão precisa saber que quando está vivendo uma situação de sofrimento ele é mais intensamente vigiado por Satanás, porque ele sabe que o cristão é mais frágil nessas situações. E à medida que o diabo vai observando, ele também vai rugindo, mostrando seu intento de atacar e devorar o cristão que está mais fraco.O leão não é um animal que ruge o tempo todo. Existem alguns momentos específicos em que ele ruge; um desses momentos é o da caça. Quando ele vai caçar, ruge para afugentar as presas, notando qual é o animal mais fraco do rebanho. Ele nunca vai atacar o animal mais forte e saudável; isso lhe traria cansaço e talvez até mesmo a frustração por não conseguir alcançar esse animal. Ele sempre ataca o animal mais fraco do rebanho. Mas veja bem: os rugidos não têm o objetivo de assustar, mas de provocar reações nos cristãos.Esse rugido pode ser, por exemplo, um sussurro nos ouvidos de um cristão que trabalha em uma certa empresa, convidando-o a furtar algum dinheiro. Se esse cristão reagir de modo contrário ao primeiro rugido, o diabo irá, de modo mais sistemático e intenso, sussurrar-lhe outras palavras: a empresa é rica; a quantia é pequena; ninguém notará a falta do dinheiro; ele está precisando; a despensa de casa está vazia, as contas irão vencer, a luz será cortada; a esposa irá ficar triste. O cristão que está mais fragilizado é alguém com muito maior probabilidade de ceder às tentações do diabo. O objetivo final do diabo é destruir (devorar) o cristão. Não podemos pensar que essa destruição vai acontecer repentinamente, mas será um processo que vai levando o cristão a uma destruição gradual e definitiva, quando ele deixa de agir como cristão e passa a viver os padrões estabelecidos pelo mundo.Pedro sabia dessa astúcia do diabo por experiência própria. Ele mesmo foi peneirado por Satanás naquela sua noite de sofrimento, quando Jesus foi preso. Por isso, Pedro alerta os cristãos a não abandonarem a fé por causa do sofrimento; por detrás disso, Satanás está agindo, procurando afastar as pessoas de Deus. Contudo, as artimanhas e ciladas de Satanás não são a única razão para que os cristãos não abandonem a fé por causa do sofrimento. Pedro apresenta uma outras razões.


Familia Gileade- Povo de DEUS

















































sexta-feira, 23 de outubro de 2009

Os propósitos de Deus




Eclesiastes 3.1
A Bíblia afirma que (...) há tempo para todo o propósito debaixo do céu (Ec 3.1). Não há acasos; Deus tem um propósito para cada acontecimento. Sendo assim, nós não podemos imaginar que Deus não tem propósitos para o sofrimento. Nem mesmo o sofrimento humano acontece por acaso.1 – PROPÓSITOS DO SOFRIMENTO ENTRE OS ÍMPIOSManifestar o caráter santo de Deus Salmo 107.17 – Esse texto afirma que os ímpios serão afligidos por causa dos seus pecados. As dores e as angústias sobrevêm aos incrédulos como conseqüência das suas transgressões. Há pessoas que vivem com o coração longe de Deus, se afundam nas suas iniqüidades e que, quando sofrem, perguntam-se: “Por que eu tenho sofrido tanto?” Deus, por causa de Sua própria santidade, além de abominar o pecado não pode ficar impassível diante de práticas pecaminosas. Assim, Ele age permitindo o sofrimento àqueles que vivem na prática do pecado.Promover a prática da justiçaIs 26.9 – O sofrimento que Deus permite aos ímpios tem por objetivo levá-los a aprender a viver uma vida reta. Uma das maneiras de se levar uma pessoa ímpia a viver uma vida correta é aplicando-lhe uma penalidade. A manifestação da justiça de Deus tem um efeito saudável dentro da sociedade, pois as pessoas começam a andar em retidão pelo medo da “punição”.2 – PROPÓSITOS DO SOFRIMENTO ENTRE OS CRISTÃOSLevar o crente de volta ao caminho correto Pv 3.11-12 – A dor é o “megafone” que Deus usa para fazer o “surdo” ouvir o que Ele tem a dizer. Quando estamos enfrentando dores e sofrimentos, devemos pedir a Deus para nos mostrar o caminho correto a seguir, para ajudar-nos em nossa conduta, fazendo-nos voltar para o caminho da retidão. Além do mais, é necessário compreender que esse tipo de ação permissiva de Deus (dor e sofrimento) não é sinal de que Ele nos abandonou. Pelo contrário, é sinal de que Ele nos ama, desejando nos levar a andar no melhor caminho: o caminho da vida.Desenvolver uma capacidade de compaixão pelos outrosII Co 1.4-5 – Esse texto nos ensina algumas verdades acerca do sofrimento: É Deus quem nos conforta no sofrimento – No mundo, nós, que somos cristãos, sempre vamos passar por tribulações (Jo 16.33). Todavia, com Deus esse estado de miséria é aliviado. Por essa razão, no verso 3 Deus é chamado de “o Pai das misericórdias e Deus de toda consolação”. Deus está sempre disposto e é totalmente poderoso para nos consolar e nos confortar em nossos momentos de angústia e dor.É Deus que nos capacita para confortar no sofrimento de outros – O sofrimento é uma excelente escola, onde aprendemos a consolar e confortar as pessoas da mesma maneira como Deus o faz. Nós, seres humanos, somos diferentes de Deus: Enquanto Ele conhece todas as coisas sem nunca as ter experimentado, nós só conseguimos aprender a fazer algo através da experiência. Nunca aprenderemos a confortar pessoas a menos que passemos pelo sofrimento e recebamos o conforto divino. Se o próprio Jesus teve de aprender a obedecer pelas coisas que sofreu, tendo de experimentar o sofrimento e a tentação para poder socorrer os que são tentados (Hb 2.8), quanto mais nós temos de aprender na prática sobre a consolação divina para podermos consolar os que estão sofrendo.Deus enviou Cristo para que a nossa consolação transborde por meio dEle – Paulo também aprendeu a glorificar o merecedor de todas as graças que recebemos de Deus. Como recebemos a capacidade de consolar, temos de aprender a glorificar a Cristo, porque toda a nossa capacidade de confortar é transbordada por meio de Cristo.Confirmar o valor da fé1 Pe 1.6-7 – O sofrimento é um meio que Deus usa para fazer o crente crescer na sua fé. Pedro diz que o sofrimento é comparado à ação do fogo – A ação do fogo é múltipla. Ele destrói, consome, aniquila; mas a Escritura cita o fogo aqui como um elemento purificador, um elemento que torna o objeto aprovado, aperfeiçoado, confirmado. O processo de confirmação de nossa vida em fé é comparado ao processo da depuração do ouro pelo fogo.Pedro diz que a confirmação da fé vem por uma gama de sofrimentos – O fogo é sinônimo de sofrimento causado pelas provações: passamos por ele e por meio dele somos confirmados em nossa fé. Os destinatários da carta de Pedro estavam sendo provados com aflições. Não haveriam de sofrer por muito tempo, mas estavam sofrendo para que o valor da sua fé fosse confirmado. O sofrimento tem várias manifestações: Deus permite várias formas para causar crescimento no meio do seu povo. Por essa razão, Pedro diz que os crentes seriam contristados (entristecidos) “por várias provações”. Esse teste de fé está longe de ser uma experiência agradável.Pedro diz que o sofrimento para a confirmação da fé vem quando necessário – Nem todos os cristãos que passaram pelo mundo experimentaram os sofrimentos dos quais Pedro falava. Por essa razão ele diz: “Nisso exultais, embora, no presente, por breve tempo, se necessário, sejais contristados por várias provações (...)”. A conclusão que se pode tirar dessa passagem é que nem todos sofrem, porque não é necessário que haja crescimento ou confirmação da fé somente por meio do sofrimento. O sofrimento não é algo inevitável ou necessário.Pedro diz que o sofrimento para a confirmação da fé não é longo – Mesmo que em certas ocasiões o sofrimento possa vir sobre os crentes, ele não permanece para sempre. Pedro diz que os crentes são contristados “por breve tempo”. O sofrimento é de duração limitada. Aliás, não podemos nos esquecer de que a duração curta da provação está em contraste com a alegria de que vamos desfrutar amanhã. Mesmo que o sofrimento dure a noite inteira, a alegria vem pela manhã.Aperfeiçoar o caráter cristãoRm 5.3-4 – Nesse texto, Paulo afirma que o sofrimento é um meio que Deus usa para aperfeiçoar o caráter dos cristãos. Mas, diferentemente da versão Revista e Atualizada da Sociedade Bíblica Brasileira, há outras versões da Bíblia que traduzem o texto de uma forma diferente. A palavra “tribulações” é traduzida como “sofrimentos”, “perseverança” é traduzida como “paciência” e “experiência” é traduzida como “caráter provado”. Assim: Paulo diz que os sofrimentos produzem perseverança – Na língua grega, a palavra “perseverança” pode também ser traduzida por paciência, persistência, constância. Essas são algumas características que se apresentam no homem maduro, que se mantêm leal à sua fé e aos seus propósitos mesmo quando está debaixo das maiores tribulações ou sofrimentos. Em geral, não crescemos quando estamos em plena calmaria de problemas. Em todos os ramos, o desenvolvimento aparece em hora de crise ou sofrimento.Paulo diz que a perseverança produz experiência – Essa é parte da reação em cadeia. Assim como os sofrimentos produzem a perseverança (ou paciência, ou constância, ou persistência), esta produz experiência. Na língua grega, a palavra “experiência” pode ser traduzida por “caráter provado”. A idéia é a de alguém que foi testado e saiu vitorioso no teste, tendo desenvolvido um caráter amadurecido pelos sofrimentos.Paulo diz que a experiência produz esperança – O sofrimento do cristão o conduz à perseverança, à firmeza, à constância e à paciência porque eles são conectados à esperança. Há alguma coisa no final que os faz levantar os olhos e crer na mudança dos acontecimentos. Para o cristão, o sofrimento é o ponto em que o poder da esperança fica cada vez mais claro, ligando o nosso presente ao futuro de vitória, porque para o cristão “os sofrimentos do tempo presente na são para comparar com a glória a vir ser revelada em nós” (Rm 8.18).ConclusãoQuando você estiver sofrendo pelas mais variadas razões, lembre-se de que você não é um desafortunado, mas um amado de Deus. Os sofrimentos pelos quais você tem passado são maneiras belamente estranhas de Deus fazer bem à sua vida.- Ele tem levado você de volta ao caminho dele, que é o caminho da vida, endireitando as suas veredas tortuosas. Se Deus não lhe houvesse mostrado o seu amor disciplinador, onde você estaria ainda?- Ele tem ensinado você a ter compaixão dos outros que sofrem.- Ele tem confirmado o valor da sua fé, por meios das tribulações pelas quais você passa.- Ele tem aperfeiçoado o seu caráter.